Campinas possui a maior área contínua de vegetação da região. A Mata Santa Genebra é um exemplo de preservação que dura mais de um século. A floresta, que se mantém em pé até hoje, preserva também parte da história do município.A Mata Santa Genebra era parte da fazenda que pertencia ao Barão Geraldo de Rezende. A fazenda era modelo na plantação do café por utilizar tecnologias avançadas para a época.Embora fosse um rico fazendeiro, Barão Geraldo passou por dificuldades financeiras porque usou seu dinheiro para financiar a construção de uma estrada de ferro que ligava Campinas a Cosmópolis. Por esse motivo teve sua propriedade leiloada pelo Governo.A terra foi comprada pela família Oliveira, que manteve intactas as áreas de floresta da propriedade. Em 1981, a área foi doada para a cidade pela viúva de José Pedro de Oliveira, Dona Jandyra Pamplona de Oliveira.Na época, um acordo jurídico garantiu que a mata não fosse destruída. E para que não se transformasse em parque ou bosque público, foi acordado que se a cobertura vegetal fosse destruída a propriedade voltaria para a posse dos antigos donos.Fundação José Pedro de OliveiraEm 14 de julho de 1981, Dona Jandyra Pamplona de Oliveira formalizou a doação da Mata de Santa Genebra a uma Fundação Municipal criada pelo Poder Executivo Municipal, conforme publicação no Diário Oficial do Município, que passou a ser denominada Fundação José Pedro de Oliveira. Em 1983, a área da reserva foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (CONDEPHAAT), como patrimônio natural. Em 1985, foi declarada Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) pelo Governo Federal. Já em 1982, o Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico Cultural de Campinas (CONDEPACC) regulamentou as áreas de preservação natural tombadas e restringiu o uso da área no entorno da mata. Portanto, não deve haver nenhum tipo de construção numa faixa de 30 m ao redor da área de reserva.A Mata Santa Genebra é a segunda maior floresta urbana do Brasil, perde apenas para a Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro. A reserva possui uma área de 251,77 hectares, altitude média de 670 m e temperatura média anual de 20,6°C. A floresta é definida como semidecídua, porque possui plantas que perdem parcialmente suas folhas na estação mais seca do ano.Dentro da reserva são realizadas atividades de pesquisa científica e educação ambiental. O espaço é aberto ao público, que pode realizar as visitas todo último domingo de cada mês, às 9h30. Não é necessário fazer inscrição prévia, basta chegar no horário, trajando calça cumprida e sapato fechado como norma de segurança.Depois da palestra inicial, onde são apresentados temas como bioma da Mata Atlântica, fragmentação florestal e manejo e recuperação florestal, os visitantes seguem pelas trilhas, monitorados por profissionais da fundação.Pelo caminho os visitantes podem observar clareiras, o comportamento das plantas, plantas exóticas, musgos, fungos e alguns animais como o bugio, o esquilo e o macaco-prego, além de diversas espécies de aves.A fundação tem programas de educação ambiental itinerantes, que são levados às escolas ou para pessoas que por algum motivo não conseguem visitar o local.A Fundação José Pedro de Oliveira se localiza à Rua Mata Atlântica, 447, no bairro Bosque de Barão Geraldo.